sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Foto da semana



A foto da semana desta vez é duas grandes caldeiras de recuperação em uma fábrica de celulose de 1.000.000 de toneladas por ano. 

As caldeiras de recuperação são equipamento vitais num processo de produção de celulose kraft. Funcionam como grandes reatores que iniciam o processo de recuperação dos químicos utilizados no cozimento da madeira. Através da combustão do licor negro, composto principalmente da lignina dissolvida da madeira, ela gera calor suficiente para evaporar a água a alta pressão. Este vapor é dirigido aos turbo-geradores, a fim de gerar a energia elétrica necessária para abastecer a fábrica de celulose.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Foto da semana


A foto da semana é da janela de visualização da chama de um forno de cal. Já falamos sobre este equipamento em outra ocasião, e trata-se de um dos equipamentos-chave para o fechamento do ciclo de recuperação da processo kraft.

A chama fotografada estava trabalhando num momento de baixa carga do forno, mas mesmo assim podemos visualizar seu formato e intensidade.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Foto da semana


A foto da semana é de uma amostra de toras de madeira de eucalipto, utilizada neste caso para a fabricação de chapas de madeira, do tipo MDF. Percebe-se um tom avermelhado no cerne das toras, característica de espécies do tipo saligna

A madeira de eucalipto é uma das grandes riquezas do setor florestal industrial brasileiro, sendo matéria-prima de diversos tipos de importantes produtos. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Foto da semana


A foto da semana foi tirada em uma planta de MDF, na mesa receptora de toras. 

A mesa receptora de toras é um equipamento importante, que serve para equalizar o fluxo de toras antes de alimentar o picador. Possui correntes que transportam a madeira, e tem uma inclinação que permite o transbordo da madeira em excesso. Também possui estação de lavagem, que ajuda na remoção da areia, um material extremamente danoso aos equipamentos da planta.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Foto da semana


A foto da semana foi tirada em uma fábrica de chapa de madeira (MDF), mostrando o interior de um tambor descascador de toras. A foto foi ligeiramente modificada artisticamente.

O tambor descascador de toras é um equipamento bastante importante, com objetivo de remover as cascas de madeira a ser processada. As cascas possuem material fibroso menor que a madeira, além de carregar boa parte da areia, mas possui bom poder calorífico, contribuindo com a matriz energética da planta de celulose. Plantas modernas de celulose têm tido como prática a remoção das cascas no campo, abrindo mão deste equipamento na fábrica.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Foto da semana


Esta foto da semana foi alterada artisticamente, para mostrar o caminhar de uma pluma saindo da chaminé de uma moderna fábrica de celulose. Percebe-se o caminhar da pluma por vários quilômetros, que aos poucos vai sendo dispersa pela atmosfera. 

As fábricas atuais de celulose possuem avançados sistemas de redução das emissões, percebendo-se inclusive a quase ausência de odores mal-cheirosos.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mini-artigo: Polpa de Celulose Solúvel

A madeira de eucalipto é composta por diversos componentes químicos, os quais estão indicados abaixo:

  • Celulose: aprox. 40%
  • Hemiceluloses: aprox. 30%
  • Lignina: aprox. 25%
  • Extrativos: aprox. 5%

A polpa de celulose solúvel é um tipo de material com alto teor de celulose (> 92-97 %), se comparado ao teor de celulose que se encontra em polpas kraft convencionais (85 - 90%). 

Esta grande quantidade de celulose torna a polpa adequada para produção de têxteis, tais como rayon, filtros, etc. A polpa tem este nome pelo fato de ser dissolvida em uma solução cáustica para formar a viscose, e depois é extrudada em uma fiadeira para formar filamentos de rayon.

A hemicelulose precisa ser removida pois ela pode precipitar-se através das fiadeiras, entupindo-as. As fiadeiras convertem a celulose em pequenos fios, muito parecidos com os de algodão.

A hemicelulose removida da polpa solúvel pode ser segregada, e utilizada como matéria-prima para outros produtos, tal como goma de mascar.

A polpa de celulose solúvel tem encontrado bastante mercado por conta da queda da produção de algodão, e consequentemente o aumento de preço deste tipo de fibra. 

Processo de produção
O processo de produção de polpa solúvel é bastante similar do processo kraft convencional, porém com modificações importantes no cozimento. Existe uma pré-hidrólise dos cavacos, que é feita em uma torre normalmente adjacente ao digestor. Esta pré-hidrólise remove as hemiceluloses dos cavacos de madeira. Este efeito diminui consideravelmente o rendimento do digestor, pois como se pode ver mais acima, as hemiceluloses correspondem por aproximadamente 30% do peso de uma hardwood.

Tradicionalmente a tecnologia de cozimento dos cavacos de madeira para produção de polpa solúvel tem sido através de digestores do tipo batelada (Batch). Entretanto, a operação destes equipamentos é bastante complexa, e o custo de capital bastante elevado. Desenvolvimentos com digestores contínuos têm sido realizados.

Aplicações
Diversas são as aplicações da celulose solúvel. O quadro abaixo mostra as aplicações e os processos de obtenção, todos a partir do algodão ou do processo de polpação solúvel de madeira.




Referências bibliográficas

  • Revista Andritz 
  • Metso

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Idade das linhas produtoras de celulose no Brasil

A evolução do mercado de celulose no Brasil nos últimos 35 anos tem sido notória. O Brasil é um moderno exportador de commodities, e a celulose branqueada de eucalipto figura com um dos principais produtos que têm efeitos positivos na balança comercial brasileira.

Dados da Bracelpa mostram que o Brasil quadruplicou a produção de celulose nos últimos 25 anos. Os fatores deste incremento já foram apresentados em nosso primeiro artigo, e se devem principalmente à vantagem florestal. 

fonte: Bracelpa, 2013


As grandes plantas em funcionamento no Brasil possuem o que há de mais moderno tecnicamente, concentrando equipamentos que processam grandes volumes de produção e que respeitam o meio-ambiente. Uma das principais características de uma fábrica de celulose moderna que um leigo poderá notar é a ausência de odores mal-cheirosos. Isto se deve à evolução dos sistemas de contenção e tratamentos dos gases que saem dos processos de polpação.

O gráfico abaixo foi elaborado com o intuito de ilustrar o posicionamento das plantas de celulose no Brasil em relação à evolução tecnológica. Mostra que, apesar da grande evolução ocorrida nos últimos 30 anos, a maior parte da produção de celulose no Brasil é processada em fábricas relativamente novas, com aproximadamente 10 anos.



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Investômetro - fábricas de celulose no Brasil

É bastante forte a vocação do Brasil como um grande fornecedor moderno de commodities. Dentre estas commodities se destaca a celulose de fibra curta de eucalipto branqueada. As empresas brasileiras são mundialmente conhecidas por seu manejo florestal eficiente, fábricas econômicas e sustentáveis e alta tecnologia de seus processos.
A análise a seguir demonstra os principais projetos planejados até 2020, com base em informações das próprias empresas e do mercado.


O setor de papel e celulose brasileiro é de vital importância para o desenvolvimento econômico do país, e de acordo com a Bracelpa, responde por cerca de USD 4,7 bilhões no saldo comercial anual.

O gráfico a seguir mostra a distribuição estimada dos investimentos, voltados principalmente a instalação industrial e atividades florestais relacionadas à operação da planta.

 
Na medida em que estes investimentos vão sendo confirmados, eles elevarão os níveis de produção de celulose do Brasil em mais de 80%, alcançando valores próximos a 30 milhões de toneladas de celulose por ano, o que provavelmente colocará o Brasil dentro dos 3 maiores players do mercado de celulose mundial.

O próximo gráfico ilustra a elevação da produção da celulose durante os próximos anos, até 2020.


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Principais plantas celulósicas no Brasil

Bahia Specialty Cellulose

Unidade: Camaçari, BA
Capacidade: 500.000 ton/ano
Produto: Celulose solúvel de fibra curta branqueada de eucalipto
















Cenibra Celulose Nipo-Brasileira

Unidade: Belo Oriente, MG
Capacidade: 1.200.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.














Cepasa

Unidade: Jaboatão dos Guararapes, PE
Capacidade: 60.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de fibra de bambu.
















CMPC Celulose Riograndense

Unidade: Guaíba, RS
Capacidade: 450.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.
















Cocelpa Celulose e Papel

Unidade: Araucária, PR
Capacidade: 70.000 ton/ano
Produto: Fibra longa não branqueada de pinus.













Eldorado Celulose Brasil

Unidade: Selvíria, MS
Capacidade: 1.500.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.













Fibria Celulose SA

Unidade: Três Lagoas, MS
Capacidade: 1.300.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.













Unidade: Jacareí, SP
Capacidade: 1.100.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.















Unidade: Barra do Riacho (Aracruz)
Capacidade: 2.300.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.













Iguaçu Celulose e Papel

Unidade: Piraí do Sul, PR
Capacidade: 130.000 ton/ano
Produto: Fibra longa não-branqueada de pinus.
















International Paper Brasil

Unidade: Luiz Antônio, SP
Capacidade: 410.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.












Unidade: Mogi-Guaçu, SP
Capacidade: 400.000 ton/ano
Produto: Fibra curta de eucalipto branqueada.













Klabin SA

Unidade: Telêmaco Borba, PR
Capacidade: 900.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus e branqueada de eucalipto.















Unidade: Correia Pinto, SC
Capacidade: 180.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus.















Unidade: Otacílio Costa, SC
Capacidade: 340.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus.




Lwarcel Celulose SA

Unidade: Lençóis Paulista, SP
Capacidade: 270.000 ton/ano
Produto: Celulose branqueada de eucalipto.



Primo Tedesco

Unidade: Caçador, SC
Capacidade: 60.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus.



Rigesa

Unidade: Três Barras, SC
Capacidade: 450.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus.



Suzano Papel e Celulose

Unidade: Limeira, SP
Capacidade: 450.000 ton/ano
Produto: Celulose branqueada de eucalipto.












Unidade: Mucuri, BA
Capacidade: 1.800.000 ton/ano
Produto: Celulose branqueada de eucalipto.



Unidade: Suzano, SP
Capacidade: 600.000 ton/ano
Produto: Celulose branqueada de eucalipto.
















Trombini

Unidade: Fraiburgo, SC
Capacidade: 180.000 ton/ano
Produto: Celulose não-branqueada de pinus.




Veracel

Unidade: Eunápolis, BA
Capacidade: 1.100.000 ton/ano
Produto: Celulose branqueada de eucalipto.



Outras plantas

Planta
Produção
Localização
Artivinco
70.000 ton/ano. Celulose semiquímica não-branqueada de eucalipto.
Santa Rosa do Viterbo, SP
Celulose Irani
100.000 ton/ano. Celulose kraft não-branqueada de pinus.
Vargem Bonita, SC
Klabin SA
60.000 ton/ano. Celulose semiquímica não-branqueada de eucalipto.
Angatuba, SP
International Paper
80.000 ton/ano. Celulose kraft não-branqueada.
Nova Campina, SP
Sengés Papel e Celulose
30.000 ton/ano. Celulose kraft não-branqueada.
Sengés, PR

terça-feira, 4 de junho de 2013

Introdução ao setor de polpa celulósica brasileiro (parte 1)

Uma das formas mais corretas de denominar a “celulose” que muitos conhecem é o termo de polpa de madeira, ou polpa celulósica. Isto porque a polpa vendida pelos principais fabricantes brasileiros contém não somente celulose, mas hemiceluloses e outros componentes menores e diversos.

Fonte: Internet

O Brasil é um dos principais fabricantes de polpa celulósica branqueada de fibra curta no mundo. Por fibra curta, podemos tomar a árvore de eucalipto como a principal fornecedora de matéria-prima para a fabricação da polpa celulósica no Brasil. Há outras espécies de árvores de fibra curta utilizadas para fabricação de polpa celulósica no mundo, porém com pouca relevância no mercado nacional em termos quantitativos. De acordo com a Bracelpa, em 2011 o Brasil figurava como o 4º maior produtor de polpa celulósica e o 9º maior produtor de papel. 
Fonte: Bracelpa, 2013
A principal vantagem brasileira que tem justificado os grandes investimentos é principalmente suas florestas. O clima favorável, o avançado manejo florestal, o desenvolvimento genético e a excelente adaptação das espécies de eucalipto às condições brasileiras o fazem o elemento-chave da competitividade brasileira, uma vez que o custo da madeira responde muitas vezes acima de 40% do custo de produção da polpa celulósica branqueada.
 

Fonte: Relatório de resultados Fibria, 3T11
Há diversos fabricantes de polpa celulósica no mercado nacional que competem entre si globalmente. Destacam-se entre eles o grupo Fibria, principal fabricante mundial de fibra curta branqueada, e a Suzano Papel e Celulose. Além destes grupos, há outros que possuem fábricas de grande porte e localizadas estrategicamente, tais como Veracel, CMPC, Eldorado, Cenibra, Klabin, Lwarcel e BSC.
As principais linhas produtivas de polpa celulósica somam-se em pouco mais de 20 unidades, que respondem por mais de 14.000.000 toneladas de celulose por ano. Elas estão distribuídas principalmente na região do Sul e Sudeste, porém desde a década passada vêm explorando com maior intensidade outras regiões.  
Fonte: Value, 2013